O Planejamento como modo de pensar estratégia
Escrito por: Edson Caldas Jr | Fundador do Programa Digital Plannes
Especialista em Planejamento Estratégico de Marketing | MBA Design Thinking e Gestão de Negócios
Talvez uma boa maneira de começar a entender melhor sobre planejamento como modo de pensar, eliminando a necessidade de um “subtítulo” para a palavra, seja entender que planejamento é uma disciplina comportamental.
O objetivo do texto é despertar reflexões de como você pode começar a olhar para o planejamento por etapas, entendendo que muitas vezes somos nós quem botamos travas invisíveis na compreensão da disciplina.
Planejamento e cotidiano
Planejamento tem como responsabilidade primária comunicar os valores, missão e visão de um negócio inserido na sociedade junto aos impactos do que é executado.
Planejamento é cíclico; precisamos encarar como algo natural ao nosso cotidiano.
Organizar afazeres diários, por exemplo, é um bom modo de praticar a fase processual de um planejamento e parte de uma camada importante na dinâmica.
Como nosso foco é o planejamento estratégico de comunicação, entenda que colocar as “coisas” em ordem é parte importante do processo.
Assim como na nossa vida pessoal, organização pode mudar o rumo de muitas coisas e nos fazer viver em paz com a enxurrada de estímulos recebidos diariamente.
Quando mais organizado e pautado em cronogramas for o seu planejamento, menos abstrato ele se torna. No entanto, aqui será necessário cuidado para que você não se entregue ao perfeccionismo. Sempre que pensar em cronograma, tente alaborá-lo da maneira mais simples que puder.
O objetivo desse cronograma é manter a organização para que sua ansiedade não fique “voltando” a todo momento no que você precisa realizar.
Com um bom cronograma, menos incertezas você carregará e mais energia será “armazenada” para os ajustes que virão. Tanto para você quanto para o seu time e, especialmente: para o seu cliente, caso você seja o prestador de serviços. Nessa fase será necessário você ter uma ferramenta digital pra chamar de sua. Em breve vou sugerir algumas interessantes.
Comece pelo começo
Parece óbvio, mas: comece pelo começo.
Evite a ansiedade de olhar para o resultado final a todo momento. Reserve energia para as manobras – que serão muitas – que você será desafiado ao longo do processo.
Desenhe uma trajetória e um futuro a ser visualizado.
É como planejar uma viagem de férias. Normalmente as pessoas não sofrem para tal atividade. Há entusiasmo, concordam?
Parte desse entusiasmo sobre planejar uma viagem se deve ao fato de o planejador sempre estar empolgado com o concluir do plano em curso e ter ótimas expectativas sobre o concluir dos processos. Minimizar os riscos de uma viagem é a melhor maneira de você ter uma excelente experiência e lembrança do momento, local e simbolos marcantes da época.
Embora nem tudo vá sair exatamente como planejado, sua expectativa será suprida igualmente ao tempo de dedicação ao que planejou.
Essa é uma soma característica que o planejador de comunicação e marketing precisa ter: entusiasmo e organização. Nessa ordem mesmo. Muitas vezes o processo inicial de pesquisa pode ser algo que demande bastante tempo. Mas vai valer o esforço.
Falando em pesquisa, negligenciá-la no início é um equívoco e tanto. Anote isso.
Primeiro passo para o sucesso: a pesquisa no planejamento
Uma boa pesquisa introdutória é parte fundamental para o sucesso de qualquer planejament e, infelizmente, parte do processo que muitos negligenciam ou não dão a devida atenção.
Muitos profissionais ressaltam a importância de se trabalhar com dados, sem entender que a primeira coleta e interpretação deles é feita no início, e não no meio, fim ou no andamento.
É a interpretação desses dados iniciais que lhe darão um norte mais sólido. Evite iniciar sem essa pesquisa.
Planeje a trajetória do seu cliente como se fosse uma viagem. Recolha todas as informações necessárias para que tudo corra como planejado e, se caso algo sair do roteiro, que o seu planejamento seja capaz de reduzir as possibilidades de prejuízo ao máximo.
A experiência do seu cliente, ou a sua, durante o processo planejado é como na viagem; precisa deixar lembraças e aprendizados para ambos.
Planejamento é uma atividade de interação social
Outra diretriz, ainda tendo como norte de análise o fator cíclico, é entender que planejamento é uma atividade de interação social.
Nessa diretriz, muitos tendem a se equivocar e se renderem ao excesso, ignorando a essência. É possível que você execute boa parte do seu planejamento sozinho, por isso essa é a grande armadilha. Evite-a.
Eu, Edson, preciso dos meus momentos de foco solitário e isso faz parte do meu modo de trabalhar. No entanto, é bom equilibrar esse momentos. A troca de ideias é parte fundamental. Seja com seu cliente, equipes envolvidas ou amigos.
Conversar com as pessoas tende a enriquecer muito o seu planejamento.
Com a velocidade e evolução da tecnologia, somada ao avalanche de informações e possibilidades de execução ferramental automatizada que os profissionais tem acesso, muitos levam o planejamento para o lado solitário e nada social da atividade.
Seja conectado de verdade, não seja alienado.
Se você não tem tato ou social, talvez a profissão não seja para você.
Além do famoso: “saber trabalhar em equipe”, as habilidades interpessoais (famosas softs skills) são extremamente importantes. Diria, inclusive, ser o que vai diferir o bom planejador do planejador mediano. Saber se comunicar, eu diria, é uma habilidade obrigatória.
Habilidades interpessoais é um assunto muito interessante e bastante complexo. Podemos abordar em um próximo conteúdo.
Por mais que “relacionamento” e “humanização” sejam palavras comumente citadas nos discursos da comunidade de comunicadores, ainda falta bastante para que essas duas palavras sejam realmente aplicadas e saiam do discurso romântico.
Planejar não é sobre preencher modelos em ppt
Planejar não tem nada a ver com apresentações bonitas em ppt. A apresentação é a ponta final do processo, quando você terá a oportunidade de expressar suas ideias com suporte de imagens. Em caso de apresentações mais complexas, o que você terá que ter em mente é a necessidade de separar o que será apresentado do que será enviado como registro documental estratégico. Mas não se prenda a esse detalhe agora.
As atividades citadas acima estão dentro de uma pequena parcela da primeira camada do planejamento: a camada operacional. Uma camada importante, no entanto, parte mínima do todo.
Para chegar a essa fase será necessário passar por algumas etapas iniciais mais estratégicas.
Por exemplo: o entendimento contextual do negócio como ativo social. Entendimento este que é aprofundado por meio de pesquisas e diagnósticos. Tais pesquisas servirão de desenho a longo prazo de onde se quer chegar com tal atividade planejada.
Obviamente este texto não tem a intenção de te explicar como planejar, pois seria inviável.
Estamos apenas listando algumas das diretrizes centrais de como você pode olhar e refletir sobre planejamento estratégico de comunicação.
O importante em entender o planejamento como uma atividade de interação social é fazer você colocar mais importância no ato de imersão entorno das pessoas que estão com você em um projeto.
Planejamento é um jogo de estratégia e transparência
Anote isso: sem as cartas abertas na mesa para seu cliente, seu planejamento provavelmente se tornará mais um plano tático sem gestão estratégica e guiado APENAS pelo contratante.
Neste caso, vamos olhar para o contratante como uma peça chave da sua jogada.
Ele é o rei e você precisa protege-lo. Ele vai. e deve, se mover pouco.
Se ele se mover demais pode ser que sua estratégia de relacionamento não esteja funcionando.
Resumindo: ou planejador e cliente conversam abertamente ou é melhor nem começar a relação.
Ponto importante: jogar com as cartas abertas não significa que você vai abrir seu jogo, significa que você vai dar as opções disponíveis para que o planejamento continue em bom andamento.
Planejamento é uma disciplina processual
Depois de entendermos que o planejamento é um processo cíclico, natural e social, vem a diretriz mais simples delas: a organização processual.
Essa diretriz deve ser encarada como um pilar importante: se você planejar algo, obviamente visualizou o ponto de partida, uma trajetória e um final.
Ou, como sempre alertamos que um bom planejamento precisa ser: algo com início, meio e fim. Há quem diga que hoje em dia é impossível planejar algo com início, meio e fim, visto as características caóticas do ambiente social online.
Pensamento deveras equivocado sobre planejamento. Planejar não é sobre ser sempre assertivo, mas encurtar o caminho em direção a assertividade, sabendo onde quer chegar, prevendo riscos possíveis e mensurando desvios em busca do sucesso do seu cliente.
Em resumo: só conseguimos antecipar uma curva quando visualizada com antecedência. Caso contrário o resultado por ser desastroso.
Depois de tantas reflexões e pontos a serem questionados por você, que leu até aqui, esperamos que este conteúdo tenha despertado a sua vontade de aprender mais sobre planejamento.
Uma disciplina humana e fascinante que depende muito de, acima de tudo que foi dito, duas habilidades: curiosidade e estudo.
Se você leu até aqui, muito obrigado pela sua atenção, aproveite o transtorno e até o próximo conteúdo.
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[…] suma, se temos um conjunto de decisões que precisam ser tomadas em um processo contínuo de exercício mental, precisamos entender que, para que essas fases de desenvolvam, seria importantes nos pautarmos em […]