Depois de compreendermos as principais características de uma análise sobre as forças e fraquezas de uma empresa no planejamento estratégico, vamos nos dedicar a investigar duas novas diretrizes: as oportunidade e as ameaças.
Observação importante: ambas as análises estão inseridas na etapa do diagnóstico em que realizamos o mapeamento de situações externas da empresa. Resolvi mudar a ordem, e abordar sobre análise externa depois de entendermos as características dessas quatro variáveis, por pensar ser mais coeso com a ordem de estudos sobre os assuntos. Certamente voltaremos a falar sobre forças, fraquezas, ameaças e oportunidades na fase de análises de ambiente.
Forças, fraquezas, oportunidades e ameaças
Se as forças e as fraquezas são consideradas pela a nossa análise, fatores internos e controláveis, inverteremos a lógica de observação para tratarmos sobre fatores externos e não controláveis pela empresa.
Mapear as oportunidades e os riscos de ameaça em um planejamento estratégico será de suma importância para o sucesso de todo o processo decisório. Negligenciar essas variáveis, ou não dar a elas a devida atenção, pode impulsionar uma série de problemas críticos administrativos.
Definindo as oportunidades de uma empresa no planejamento estratégico
A maneira mais simples e objetiva de mapear as oportunidades em um planejamento estratégico é entendendo que iniciaremos uma série de pesquisas momentâneas e situacionais que levantarão oportunidades que nem sempre estarão disponíveis para que a empresa usufrua delas. Por este motivo, é importante colocarmos na balança se as oportunidades identificadas estão no campo da expectativa ou da realidade. Esses dois campos ajudarão o planejamento a decidir se determinados recursos podem ou não ser alocados com o objetivo de usufruir das oportunidades identificadas.
É preciso ter visão estratégica para que, ao longo do desenvolvimento do planejamento, consigamos delimitar quais são as reais oportunidades possíveis de antecipação, criando assim a necessidade de investir em planos táticos minuciosos em busca dessas oportunidades. Antecipação, neste caso, é uma moeda valiosa.
Uma dica importante: tente sempre mapear as oportunidades consideras sazonais fixas para o nicho e segmento de mercado da empresa que estiver planejando. Elas podem ser o ponto de partida ideal em busca de resultados realistas.
As oportunidades externas que não podem ser previstas, devem ser acionadas com planos de ação emergenciais. Outra dica importante: muito cuidado com o que seu planejamento trará como oportunidade emergencial. A maioria das emergências na comunicação e no marketing poder gerar estresse e possíveis riscos financeiros na alocação de recursos existentes.
Cada plano que se torna emergencial moverá uma estrutura de pessoas e recursos em prol da utilização do contexto oportuno. Ou seja, custará dinheiro para a empresa.
Oportunidades emergenciais: cuidado com elas
Analise bem o retorno prévio de aplicação dos planos táticos que forem realizados visando a oportunidade emergencial com uma ótica mais calculista, respondendo: o que a empresa terá de retorno com todo esse movimento. Isso evitará que o seu planejamento faça a empresa embarcar em oportunidades medianas, ou até mesmo medíocres, em busca apenas da atenção pela atenção.
Isso seria um erro de comunicação e marketing, e que certamente poderia desencadear um efeito contrário ao desejado, gerando não apenas prejuízo, como possíveis danos para a imagem da empresa.
Ainda abordaremos detalhadamente sobre como mapear – na prática – e de maneira mais estratégica possível essas oportunidades. Existem métodos para isso que vão lhe dar o suporte necessário nessa etapa do processo. Normalmente as oportunidades são extraídas na etapa de análise externa das condições em que a empresa se configura.
Não basta apenas o planejador mapear e encontrar o mundo ideal para a empresa se seus gestores não estiverem dispostos a investir no momento oportuno identificado. Em breve, abordaremos em detalhes como realizar uma boa análise externa para que você defina caminhos mais otimizados de acordo com a realidade de cada negócio.
Se neste ponto da leitura, você reservou um tempo para estudar sobre os princípios gerais e específicos do planejamento, e cada uma das três principais filosofias em torno do pensamento estratégico (satisfação, adaptação e otimização), terá mais facilidade em otimizar seu processo de análise inicial sobre oportunidades.
10 Tópicos importantes sobre as oportunidades
1 – São variáveis externas não controlável pela empresa;
2 – Existem oportunidades sazonais fixas que podem ser previstas;
3 – Oportunidades emergenciais não previstas devem ser analisadas com cautela;
4 – Entender a realidade da empresa otimiza o entendimento de oportunidades;
5 – Usufruir de oportunidades exige o movimento de recursos;
6 – Além dos recursos, a gestão precisa ter interesse nas oportunidades mapeadas;
7 – Quanto mais emergencial for uma oportunidade, mais riscos ela assume;
8 – O retorno de uma oportunidade emergencial precisa ser o ponto decisório;
9 – Oportunidades emergenciais podem gerar impacto na imagem da empresa.
10 – Desenvolva profundidade no planejamento com o tempo.
Planejamento estratégico: definindo as ameaças
Igualmente aos conceitos de ambiente, aplicados às oportunidades, as ameaças de uma empresa são forças existentes no ambiente externo e não incontroláveis pela empresa. Essas ameaças, quando identificadas de maneira hábil, podem evitar que a seus planos de ação não tantas sofram alterações e impacto negativo de maneira geral.
É interessante considerar todos os aspectos de ameça em que uma empresa poderá – ou já está – envolvida, desde o seu primeiro contato com o gestor responsável. Ou a pessoa que fará a “ponte” de informações que você precisará ao longo do processo de diagnóstico.
Não é uma regra, mas o ideal é que você começe mapeando as ameaças emergentes e que são compreendidas por todos os envolvidos inicialmente no processo de organização do seu planejamento.
As ameaças emergentes podem variar muito de acordo com o contexto, estrutura empresarial e segmento de mercado. No entanto, tendo em mente que toda empresa sofre por ameaças emergentes e de fácil acesso, comece mapeando pelo mais óbvios que puder.
Comece mapeando as ameças óbvias
Um exemplo simples para tentar ilustrar; imagine que você é contratado por uma loja de produtos esportivos. Qual seria uma ameaça visível a todos? Sem muita investigação, sabemos que a maioria dos esportes são praticados a céu aberto, certo? Não precisa ser nenhum estrategista para chegar a essa conclusão. Neste contexto, o que seria uma ameaça para que essa loja de itens esportivos sofra com uma queda de vendas? Temporadas de chuva seria uma boa resposta.
É possível prever, através das estações do ano, qual período chove mais. Se quiser ser mais específico, analisar essa informação por região também poderia ser uma maneira de definir ações para redução no impacto de vendas durante esses períodos.
Através do conhecimento dessa ameaça o seu planejamento pode definir algumas ações específicas. Desde a implementação de programas de relacionamento mais próximos aos clientes, até uma expansão na linha de produtos que “blinde” e traga equilíbrio nas vendas, vendendo, por exemplo, itens para práticas de atividade física em locais fechados.
Sabemos que a maioria das academias hoje em dia trabalham com diversas aulas que podem incentivar as vendas desses produtos. Este seria um caminho, bastante simplificado, para ilustrar como ser simples e realista pode ser uma bela maneira de iniciar esse mapeamento de ameaças externas.
Finalizando nosso exemplo, podemos, inclusive, pensar em academias como aliadas nesses processo. Novamente, estou recorrendo a ameaças óbvias e que certamente seriam compreendidas por todos os envolvidos, como citado alguns parágrafos acima. À medida que seu planejamento for ganhando mais informação vindas das investigações que você fará, é bem provável que mais ameaças apareçam.
No entanto, é importante lembrar que; assim como as oportunidades, toda ação para controle de danos sobre as ameaças identificadas têm um custo. Por isso, novamente ,seja realista e avalie muito bem o quanto as ameaças que você identificou são realmente ameaças. Vamos tentar simplificar em tópicos como você pode iniciar essa análise, usando o contexto a seu favor.
Análise de ambiente contextual: macro e microambiente
Para o um mapeamento de ameaças inicial e ágil, considere os seguintes indicadores de ambiente contextuais:
Para uma análise de ameaças sobre macroambiente
- Ambiente demográfico;
- Ambiente econômico;
- Ambiente político e legal;
- Ambiente sociocultural;
- Ambiente tecnológico.
Para uma análise de ameaças sobre microambiente
- Análise do setor, nicho e mercado regional;
- Análise sobre concorrência direta;
- Análise sobre comportamento de consumo;
- Analise sobre instabilidade setorial;
- Análise sobre posicionamento de marca
Estes são apenas alguns tópicos que podem ajudar a consolidar um bom diagnóstico de planejamento estratégico. Embora sejam indicadores importantes, não se prenda apenas a eles. Estude as necessidades emergentes que seu planejamento precisa monitorar e, após esses estudo, defina o que melhor estiver em sinergia com os objetivos definidos no seu planejamento.
A análise de ambientes e mapeamento de indicadores pode ser um assunto extremamente complexo. Por isso, quanto mais você simplificar a aplicação inicial, melhor será o entendimento de todos os envolvidos sobre o que está sendo planejado.
Deixe para ir se aprofundando de acordo com a necessidade de novos registros. Até porque sabemos muito bem que análises mais profundas necessitam de mais tempo dedicado e mais pesquisa.
Encerramos nosso pensamento inicial sobre como identificar as ameaças inicias de uma empresa no seu planejamento. Abaixo, dez tópicos importantes para você refletir e estudar.
10 Tópicos importantes sobre as ameaças
1 – Quando identificada de maneira hábil, podem ser otimizadas;
2 – Ameaças emergentes precisam ser compreendidas por todos envolvidos;
3 – As ameaças vão varias de acordo com o contexto e tamanho da empresa;
4 – Comece mapeando pelas ameaças visíveis. Seja simples;
5 – Visualize as ameaças por ambiente (macro e micro);
6 – Seja realista ao definir as principais ameaças;
7 – Determine o escopo de investimento para aplacar as ameaças;
8 – Nem toda ameça será possível conter;
9 – Monitore constantemente as ameaças e registre as soluções;
10 – Evite análises muito aprofundadas sobre ameaças no início do processo.
Conclusão e importância do conteúdo
Você acabou de conhecer um pouco mais sobre como indentificar as ameaças iniciais de uma empresa, e a importância desse registro no seu planejamento. Concluímos uma visão sucinta e objetiva sobre os quatro indicadores mais importantes em uma análise SWOT.
Conhecer e definir bem as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de uma empresa é o primeiro passo para que seu planejamento possa evoluir de maneira sólida que sirva como registro e insumo para tomar decisões cada vez mais estratégicas. Com esses quatro indicadores, nosso próximo passo será compreender a aplicação teórica e prática dessa informação em um cruzamento de dados que nos forneça soluções e caminhos mais claros para os planos de ação. Assunto que veremos em breve.
Se você leu até aqui, obrigado pelo seu tempo e até o próximo conteúdo.
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