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Depois de conhecermos bem sobre a filosofia da satisfação, – seus prós e contras – vamos explorar a segunda filosofia relacionada ao planejamento estratégico: a filosofia da otimização.
A filosofia da otimização no planejamento estratégico
Enquanto na filosofia da satisfação, discutida anteriormente, nós trabalhávamos com um pensamento voltado para o: “fazer suficientemente bem”, “mas não tão bem quanto possível”, na filosofia da otimização a ideia é contrária a esta.
Em resumo, temos um pensamento que preza pelo desenvolvimento de um planejamento estratégico que aplicará uma visão mais analítica e racional.
Esse pensamento começou a ser mais frequente devido ao avanço das possibilidades de coleta, mensuração e interpretação de dados no processo. Especialmente na etapa de pesquisa pré-planejamento.
Decisões mais racionais e analíticas
O pensamento que permeia a filosofia da otimização, como o próprio termo sugere, prioriza de maneira muito mais técnica e matemática a otimização de cada uma das fases em que será desenvolvida.
As decisões são prioritariamente tomadas usando como plano de fundo: pesquisa e uma boa camada de pensamento estatístico, para que os processos caminhem de maneira cada vez mais racional e otimizada.
A definição de objetivos no pensamento que permeia a ideia por trás da filosofia da otimização em um planejamento estratégico tende a “ignorar” diretrizes que não possam ser quantificáveis e mensuráveis analiticamente.
Ou seja, se não vamos trabalhar com fatores mensuráveis, é melhor não dar tanta atenção. Um pensamento equivocado se analisarmos por uma ótica de contexto geral, mas coerente com o pensamento em torno da filosofia da otimização.
Para Rebouças(2018, p.11), isso acontece:
“…pela simples razão ” que só se consegue aprimorar o que pode ser medido. O planejador procura conduzir todo o processo de planejamento através de modelos matemáticos que poderão ser otimizados, isto é, procura-se otimizar o processo decisório.”
Embora tenhamos atribuído esse raciocínio a Rebouças, originalmente esse pensamento foi apresentando bem antes, pelo físico irlandês William Thomson (Século XIX), quando supostamente diz:
“Quando podemos medir o que dizemos e expressá-lo em números, sabemos alguma coisa sobre o assunto; mas quando não podemos expressá-lo em números, o nosso conhecimento é de um tipo frágil e insatisfatório.”
Dois bons pontos de vista para entender bem a ideia por trás da filosofia da otimização no planejamento.
Voltando para o planejamento estratégico em 2023
Analisando de maneira mais objetiva, podemos perceber que o pensamento acerca da filosofia da otimização no planejamento estratégico é bem caraterístico dos dias de hoje.
Com o avanço acelerado das tecnologias de informação na comunicação, o leque de possibilidades analíticas e estatísticas é extremamente rico. O que nos permite seguir e aplicar conceitos e modelos “matemáticos” com mais segurança.
No entanto, uma observação importante sobre a ideia de mensurar e medir tudo no processo de planejar, pensando em otimizar as decisões: tenha objetivos muito bem definidos.
Essa talvez seja uma das frases mais clichês do mercado de comunicação e marketing: tenha objetivos bem definidos.
No entanto, um ponto complexo, pois nem sempre os objetivos que pensamos ser os melhores, são os objetivos mais coerentes.
Tudo, absolutamente tudo, vai depender de uma série de variáveis para se pesar a balança: metas objetivas x metas coerentes.
O excesso pode gerar ruídos no planejamento
A camada excessiva de dados possíveis de serem coletados hoje em dia também pode se tornar um problema neste caso, e acabar gerando mais ruídos do que respostas úteis ao planejamento. Pesando ainda mais essa balança pra um lado ou para o outro.
Finalizando o nosso raciocínio sobre a filosofia da otimização, vale um adendo importante: nenhum modo de pensar no planejamento estratégico deve ser completamente analítico.
Usar a estatística e o pensamento racional é bastante positivo e amplia muito a visão estratégica, é claro. Não podemos negar isso.
No entanto, o profissional de planejamento que se fecha apenas ao modelo de pensar racional e analítico, tende a ignorar outras estruturas da empresa que nem sempre serão possíveis de serem mensuradas de maneira tão calculista como, por exemplo, a gestão de recursos humanos, processos operacionais cotidianos e etc.
Conclusão e importância do conteúdo
A filosofia da otimização no planejamento estratégico é de fato um pensamento que deve ser levado em consideração nos dias de hoje.
Entretanto, assim como toda linha de pensamento estratégico, não pode ser levado como um pensamento que caminha por uma “via de mão única”.
Não é porque entendemos que métodos de análises racionais nos darão maior segurança, que devemos segui-lo cegamente.
Lembrem-se que em todo pensamento filosófico devemos trabalhar o nosso senso crítico e percepção sobre o objeto de estudo, neste caso: o planejamento.
Afinal de contas: todo profissional de planejamento estratégico que atua na comunicação e no marketing sempre terá como objeto central de todas os estudos um núcleo que se molda constantemente chamado comportamento humano.
Acredito que a experiência de mercado, somada à sua dedicação em adquirir conhecimento sobre áreas menos lógicas, seja um bom caminho para se tornar um planejador mais estratégico e menos operacional.
Na próxima semana, conheceremos a terceira filosofia do planejamento, a filosofia da adaptação. Concluindo assim, os três pensamento considerados relevantes para o bom entendimento dessa estrutura inicial sobre “o que é planejamento”.
Se você leu até aqui: parabéns e obrigado pelo seu tempo.
Até o conteúdo da semana que vem.
Ponto importante sobre essa série de conteúdos: ela será revisada com frequência para que possamos, sempre que houver necessidade, melhorar ainda mais nossa compreensão, ou para realizar adaptações mais coerentes com os tempos atuais. Sempre que houver alguma atualização avisaremos em nossas redes sociais.
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