Depois de uma abordagem sequencial, bem rica e, na medida do possível, simplificada, sobre a importância do diagnóstico e suas principais diretrizes, será necessário refletirmos acerca de outro ponto importante: o planejamento e suas várias escolas. Sendo a primeira e mais relevante escola do planejamento: a escola chamada processo decisório.
Os próximos parágrafos será um convite a reflexões sobre assuntos pouco abordados e nem tão formais como de costume.
Planejamento é sobre aprender tomar decisões.
Mesmo que o nosso trabalho com planejamento estratégico na comunicação seja definido por etapas formais e padronizadas pela rigidez das especificidades características da disciplina, não devemos pensar que existe um modelo ou a forma correta de se desenvolver um planejamento.
Se eu pudesse resumir planejamento em poucas palavras, certamente diria que planejamento é a arte da decisão. E sim, usaria a palavra “Arte”.
Uma palavra carregada de significados e quase impossível de ser definida de maneira linear.
E decisão, porque todos os processos em torno de qualquer que seja o objetivo do seu planejamento será sobre as melhores, piores, questionáveis ou mais arriscadas decisões.
Será sobre visualizar o futuro das mais diversas situações e decidir o que fazer para atingir o que foi planejado como objetivo. Seja na vida pessoal ou profissional.
Não tem como fugir: planejar é sobre um processo decisório contínuo.
Até mesmo quando a decisão for adiar decisões, por mais paradoxal que pareça, você estará decidindo sobre a responsabilidade dela: a decisão.
Decidir demanda esforço e controle emocional pelo simples fato de que nenhuma decisão que você toma é isolada da avaliação e julgamento de outras pessoas. Ou pelo menos sobre a sua percepção desse julgamento.
De contratos complexos que estão em jogo na mesa, até um simples “não”, que você deveria ter dito para um parceiro, com medo do que ele pensaria; tudo envolve esse desgaste emocional.
Se você parar para refletir sobre seu cotidiano, o ato de decidir cerca a sua vida do momento em que você acorda até o momento em que você vai dormir. Às vezes tornando-se intrusivo o suficiente para te visitar durante o sono.
Aprenda a organizar a sua vida pessoal
Um bom passo inicial para treinar a habilidade decisão é olhar para o próprio cotidiano e como você tem organizados suas prioridades pessoais.
E é por este motivo que se eu pudesse te dar um único conselho de como se desenvolver como um bom planejador na profissão e na vida, seria: aprenda a organizar a sua vida pessoal. Coloque aa decisões importantes na mesa todos os dias e tente visualiar o motivo de cada uma delas existir.
Nesse processo, elimine os excessos e evite decidir algo sobre a influência do julgamento – ou percepção – de outras pessoas. Especialmente pessoas desconhecidas. Esse exercício vai te ajudar a trazer menos subjetividade no processo.
Serve para os negócios também.
Aprender a decidir vai muito além de colar post-its na parede ou distribuir palavras em métodos acadêmicos. Aprender a decidir é ter consciência e praticar ser dono e responsável das próprias atitudes em prol de um autoconhecimento que poucos livros vão conseguir te ensinar: a ceitação da impemanência que ronda qualquer decisão.
Embora os livros sejam mestres necessários nesse caminho de compreensão sobre o lado comportamental de uma decisão. Ler trabalha o foco e decidir exige esta palavrinha.
Quer aprimorar sua capacidade de tomar decisões? Não preciso dizer muito mais do que; leia. Além do foco, você ganha de bônus o desenvolvimento de funções cognitivas valiosas para seu futuro.
E iria ainda mais a fundo… diria que o ato de refletir sobre “como aprender a decidir” tem se tornado artigo de luxo.
Em um mundo em que as formas de conexão e comunicação tem se tornado cada vez mais efêmeras e descartáveis, aprender a decidir pode ser categorizado como uma habilidade de desenvolvimento funcional da sua inteligência genuina.
Uma habilidade que pode ser benéfica, levando em consideração que profissionalmente você lidará com pessoas diferentes, ambientes e contextos dos mais diversos e, principalmente, desafios que te forçará a equilibrar emoção e razão a todo momento.
Reflita sobre isso. Com calma. Pois como disse Walter Longo: a pressa é inimiga da reflexão.
Refletir pode ser a melhor maneira de exercer a habilidade de tomar decisões. Uma habilidade que confronta o imediatismo crônico que dia a após dia coloca em check os profissionais de comunicação, fazendo com nós sejamos desafiados a enfrentar quase que no piloto automático nosso cotidiano. Imediatismo este que tem, com o perdão da palavra, ferrado com a mente de muita gente.
Se você leu até aqui, obrigado por decidir investir o seu tempo consumindo este texto.
Até o próximo conteúdo.
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